Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Duguetia chrysocarpa (Annonaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência no estado: BAHIA, municípios de Almadina (Jardim 2696), Belmonte (Belém 3269), Jandaira (Matos 1635), Nova Viçosa (Silva 4184), Santa Cruz de Cabrália (Folli 7408), Una (Jardim 3043); ESPÍRITO SANTO, município de Águia Branca (Magnago 621), Conceição da Barra (Ribeiro 681), Governador Lindenberg (Demuner 3049), Itaguaçu (Brade 18517), Itarana (Rossini 621), Linhares (Sucre 5547), Marilândia (Demuner 1696), Santa Leopoldina (Assis 1068), Serra (Folli 6592); MINAS GERAIS, município de Marliéria (Heringer 15142), Muriaé (Davidse 33335), Ponte Nova (Valente 119).
Árvore de até 10 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por pindaíba e pindaíba-da-mata, foi coletada em Floresta Ombrófila associada a Mata Atlântica nos estados da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Apresenta distribuição ampla, EOO=142430 km² e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral. Apesar de possuir interesse farmacológico devido o potencial antinociceptivo (Almeida et al., 2012), não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua perpetuação na natureza. Assim, a espécie foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro.
Descrita em: Bot. Jahrb. Syst. 121(4): 471. 1999. Popularmente conhecida por pindaíba, pindaíba da mata (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A área relativamente grande ocupada por categorias de uso do solo como pastagem, agricultura e solo descoberto, e a pequena área relativa ocupada por floresta em estágio avançado de regeneração revelam o alto grau de fragmentação da Mata Atlântica no Sul-Sudeste da Bahia (Landau, 2003; Saatchi et al., 2001). Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000 ha de cobertura florestal (Paciencia e Prado, 2005), 40.000 ha em estágio inicial de regeneração e 200.000 ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau, seringa, piaçava e dendê (Alger e Caldas, 1996). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciencia e Prado, 2005), sendo a cabruca considerada a principal categorias de uso do solo na região econômica Litoral Sul da Bahia (Landau, 2003). Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de "sistemas de cabruca". Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004; Saatchi et al., 2001). De acordo com Rolim e Chiarello (2004) os resultados do seu estudo mostram que a sobrevivência a longo prazo de árvores nativas sob sistemas de cabruca estão sob ameaça se as atuais práticas de manejo continuarem, principalmente devido a severas reduções na diversidade de árvores e desequilíbrios de regeneração. Tais resultados indicam que as florestas de cabrucas não são apenas menos diversificadas e densas do que as florestas secundárias ou primárias da região, mas também que apresentam uma estrutura onde espécies de árvores dos estágios sucessionais tardios estão se tornando cada vez mais raras, enquanto pioneiras e espécies secundárias estão se tornando dominantes (Rolim e Chiarello, 2004). Isso, por sua vez, resulta em uma estrutura florestal drasticamente simplificada, onde espécies secundárias são beneficiadas em detrimento de espécies primárias (Rolim e Chiarello, 2004). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2 Wood & pulp plantations | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
As florestas plantadas de Eucalyptus spp. estão distribuídas estrategicamente, em sua maioria, nos estados de Minas Gerais, com maior área plantada, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul (Baesso et al., 2010). Monoculturas florestais com Eucalyptus spp., ocupando 4,85% da paisagem, é o principal uso do solo identificado na Região Extremo Sul da Bahia, decorrente do estabelecimento de grandes empresas reflorestadoras nessa região (Landau, 2003). Segundo Siqueira et al. (2004) a partir da criação de programas de extensão e fomento florestal do governo e de empresas privadas na década de 1990 iniciou-se a ocupação de extensas áreas com plantios homogêneos, principalmente Eucalyptus e Pinus no estado do Espírito Santo. O Estado possui cerca de 35% de sua área com aptidão preferencial para a atividade florestal, apresentando os maiores índices mundiais de produtividade de Eucalyptus (Siqueira et al., 2004). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
Embora a atividade madeireira seja tecnicamente ilegal na região, de acordo com Martini et al. (2007) no sul da Bahia a destruição da floresta continua paulatinamente, a medida que a população local tenta ampliar suas áreas agrícolas, muitas vezes avançando para áreas de conservação existentes na região. Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 9 Pollution | habitat,mature individuals | present,future | regional | very high |
A atividade de mineração tem provocado danos ambientais imensuráveis, dentre eles, o maior desastre ambiental após o rompimento de uma das barragens de rejeitos minerais que percorreu o rio Doce e afetou as áreas circunvizinhas (Escobar, 2015; Neves et al., 2016). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1 Land/water protection | on going |
A espécie foi registrada na Reserva de Sooretama (Sucre 5547), Reserva Natural da Vale (Folli 3917), Parque Estadual do Rio Doce (Heringer 15142). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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3. Medicine - human and veterinary | natural | fruit |
A espécie possui interesse farmacológico devido o potencial antinociceptivo (Almeida et al., 2012). | ||
Referências:
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